segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O crescimento Socioeconômico de Pernambuco é Real!

Por Hamilton Felix Nobrega

Não é apenas de sol, praias e carnaval que vive o Nordeste, como acredita o resto do país, em particular, os sulistas. A região vem se transformando, redesenhando seu perfil, e o impressionante ritmo de crescimento da economia da região, em particular da Pernambucana, virou, inclusive, atração nacional. 
Com uma taxa de aproximadamente 16% de aumento do PIB em 2010, o estado ganhou uma atenção especial em jornais de grande circulação pelo país, principalmente por estar atraindo muitas indústrias, e isto exige que se pense o Nordeste de outra forma, em especial o estado de Pernambuco, pois segundo dados do IBGE, o índice de crescimento da indústria no estado chegou a 11,1%, enquanto Goiás ficou em segundo lugar, com 8,3% e Rio de Janeiro com 2,3%. Ainda de acordo com a pesquisa, o setor da indústria que mais cresceu foi o de metalurgia básica, com 122,7%.


Alberto Galvão, secretário-executivo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de PE, afirma que o motivo para isso deve-se, entre outros fatores, à localização privilegiada. Para ele, do ponto de vista nacional, o crescimento de classes sociais, que antes estavam fora do consumo, e o crescimento de micro e pequenas empresas também podem ser responsáveis.


"Em Pernambuco, temos uma situação privilegiada, e investimentos governamentais altíssimos. Esse conjunto de medidas e ações foi o que proporcionou esse momento histórico que a economia de Pernambuco vive." (Alberto Galvão)


Para Valdeci Monteiro, economista e sócio da Consultoria em Planejamento (Ceplan), Pernambuco agora parece viver uma sucessão de sortes, e o diferencial da nova política de industrialização é a inovação. Ele afirma isso porque o estado notadamente tornou-se um dos maiores canteiros de obras do País. Ele também aponta o outro lado da moeda, consenso entre os especialistas: Para consolidar as oportunidades que chegam, é preciso solucionar déficits na educação e na qualificação da mão de obra especializada. 

Para o economista Jorge Jatobá, há uma confluência de fatores que favorecem o Estado:


“Pernambuco tem uma posição geoeconômica privilegiada, faz fronteira com cinco estados e tem um porto estratégico para rotas comerciais no Atlântico Sul, a infraestrutura intermodal de Suape. É um ambiente favorável aos negócios.”



Existem três grandes pilares que sustentam tal situação no estado:


ü         * Desenvolvimento,
ü         * Empreendedorismo,
ü    * Inovação.

Essas palavras são quase sinônimas da economia pernambucana nos últimos anos. Com um crescimento econômico maior que o brasileiro, o estado segue na contramão da crise mundial, caminho também seguido pelo País. O Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco no primeiro trimestre deste ano cresceu 7,6% se comparado ao mesmo período do ano passado, enquanto o Brasil verificou 4,2% no mesmo período.

Observamos então, que, se por um lado Pernambuco recebe aportes financeiros bilionários para implantar obras estruturadoras, por outro, o Estado enfrenta desafios como o de transformar em desenvolvimento, os investimentos que chegam.


Para um futuro breve, temos grandes perspectivas quanto aos défictis educacionais  e de mão de obra especializada, porque este mês, a presidente Dilma anunciou a implantação de mais 120 escolas técnicas, quatro universidades federais e 47 campi universitários no País até 2014. Pernambuco ganhará mais um campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que será construído no Cabo de Santo Agostinho. Também serão feitos sete campi do Instituto Federal de Educação Profissional de Pernambuco (IFPE), em Abreu e Lima, Cabo de Santo Agostinho, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Palmares e Paulista. Essa será a grande oportunidade para os cidadãos profissionalizarem-se e contribuir para o crescimento do estado.

Desenvolvimento em Suape

A aposta do poder público em Suape ao longo de 40 anos, desde o plano original de 1960, começou a seduzir o capital privado. O complexo industrial-portuário, um modelo inédito no Brasil, está fazendo surgir um novo Estado industrial no país.

É no Porto de Suape, a 60 quilômetros do Recife, que se concentra o maior número de indústrias de Pernambuco. Juntas, elas geram 13 mil empregos diretos, e mais 18 mil indiretos. Outras 35 empresas estão em fase de construção, e empregam 15 mil pessoas. Uma das que mais contratam é o Estaleiro-Atlântico Sul.

Devido a esse crescimento industrial, para começar a produção do primeiro navio, que já dura um ano e sete meses, o estaleiro precisou treinar, inicialmente, três mil operários. Foi pouco e, sem encontrar mão-de-obra qualificada por aqui, precisou buscar profissionais do outro lado do mundo.
Sobrevoando Suape, a 200 metros do chão, é possível ter a dimensão da revolução econômica que a injeção de R$ 46 bilhões em investimentos públicos e privados previstos até 2014 está promovendo em Pernambuco, a nova locomotiva do Nordeste.


Não é o único canto do estado que avança ligeiro e que tem mudado não só a vida dos 8,7 milhões de pernambucanos, mas, sobretudo permitido a volta dos retirantes que um dia caíram no mundo atrás de uma vida melhor. No interior, duas obras gigantes, transposição do rio São Francisco e a construção da Ferrovia Transnordestina, ajudam a desenhar uma nova paisagem na vida do morador do agreste e do sertão.

Frederico Amâncio, vice-presidente de Suape, comemora a quantidade de empresas que se instalam na região: “Suape parecia um sonho e hoje é algo concreto. São mais de dez grandes obras de infraestrutura em fase de implantação no complexo.”


Crescimento no Varejo

O crescimento dos Shoppings Centers tem sido outro indicador da expansão no estado. 

Contam-se hoje pelo menos sete grandes shoppings, três deles com expansão em andamento e mais um, com perspectiva de ser um dos maiores da América Latina, previsto para 2012. Observa-se aí que o mercado de consumo do Nordeste, quando há injeção de dinheiro, responde rapidamente.


Investimentos para Copa 2014 e Parcerias Público-Privadas


Do litoral ao sertão, Pernambuco tem se preparado para sediar alguns jogos da Copa 2014 e recebendo aportes financeiros bilionários para a implantação de projetos estruturadores que atrairão obras para todo o Estado, que deve receber R$ 52,7 bilhões em empreendimentos até 2020, de acordo com levantamento da Consultoria Econômica e Planejamento (Ceplan).

O Consórcio Cidade da Copa investirá cerca de R$ 2 bilhões, sendo uma parceria Público-Privada (PPP) formada pela Odebrecht Participações e Investimentos e Odebrecht Infraestrutura, com parceria da ISG (International Stadia Group) e da AEG Facilities e o Governo do Estado, São Lourenço da Mata vai ganhar um novo bairro.

Geraldo Júlio, presidente de Suape e secretário de Desenvolvimento Econômico, diz: "Não tínhamos indústria de petróleo e gás, nem indústria naval ou automobilística. Agora há uma nova perspectiva para o Estado".

A forte expansão econômica elevou a renda per capita do Estado a quase R$ 10 mil, acima da média do Nordeste, de R$ 7.488, mas ainda inferior à renda nacional, de R$ 15.990.

Em Pernambuco, entre outras atividades destacadas, o pólo gesseiro instalado em Araripina atende 95% do consumo do País. Adicione-se a isso o crescimento do turismo na região, que conta com 3.338 km de praias, sendo Olinda, patrimônio cultural da Humanidade pela UNESCO.
Outro marco para Pernambuco será a instalação da montadora de origem italiana que irá desbravar agora o interior do estado, a cidade de Goiana, próxima a divisa da Paraíba, com um investimento aproximado de 4 bilhões de reais, diferente do projeto original, que previa a construção desta planta na cidade de Cabo de Santo Agostinho e apontava um investimento de 3 bilhões de reais. 
A montadora optou por aumentar a produção, que será de aproximadamente 200 mil carros por ano, e que pretende desenvolver a região como polo automobilístico, assim como fez em Minas Gerais.

Esse boom de investimentos também impulsionou o crescimento do setor imobiliário e o surgimento de novas centralidades urbanas, como a Reserva do Paiva, no Litoral Sul, e da Cidade da Copa que será levantada em São Lourenço da Mata para receber a Copa de 2014. 

A consolidação desses projetos estruturadores cria um novo bairro planejado que está sendo construído pela Odebrecht Realizações (OR) em parceria com os Grupos Ricardo Brennand e Cornélio Brennand e que também tem parceria com o grupo português Promovalor na terceira etapa já anunciada do empreendimento empresarial Novo Mundo.

O complexo empresarial Novo Mundo, com investimento de R$ 249 milhões para o empresarial e o centro de compras (51% da OR e 49% do Promovalor) terá integrado ainda um hotel cinco estrelas com centro de convenções. Para o hotel e o centro de convenções, a participação é apenas do Grupo Promovalor, que investirá R$ 110 milhões nessa etapa. A bandeira internacional que fará a operação do hotel cinco estrelas ainda não foi divulgada. 

Com 300 quartos divididos em duas torres de oito andares, o hotel cinco estrelas deve atender desde famílias até executivos que venham para eventos no centro de convenções, com capacidade para 2.100 pessoas. A previsão é que o hotel seja entregue até março de 2014, para receber turistas para a Copa do Mundo, enquanto as outras construções devem ficar prontas em setembro de 2014.

O centro de compras do complexo segue o conceito open mall, um shopping aberto, com espaço para 40 lojas. As seis torres empresariais são integradas ao centro e contam com salas entre R$ 226 mil e R$ 446 mil. Uma das torres deve ser ocupada por segmentos médicos, outras duas têm perfil corporativo e as demais serão empresariais. Durante a construção do complexo residencial, de negócios, serviço e lazer, devem ser gerados mais de 7 mil empregos diretos e indiretos.

Iniciativa Pública


O investimento público cresceu 2,5 vezes em quatro anos. A expansão do gasto público, com forte apoio do governo federal, é parte da explicação do impressionante crescimento pernambucano.

No quadriênio de 2003 a 2006, o governo local investiu em média, R$ 680 milhões em obras de infraestrutura. No período de 2007 a 2010, o governo estadual conseguiu elevar esses aportes à média de R$ 1,7 bilhão de investimentos ao ano.

Só no ano passado, o estado autorizou gastos de R$ 2,7 bilhões. 

Efeitos para o Estado - Considerações Finais


É inegável que Pernambuco tenha crescido ao longo dos anos, seja por ordem natural, seja por força de gestão e vontades políticas. Mas é fato. Vemos mais carros nas ruas, mais acesso das classes mais baixas aos bens de consumo, alimentação e uma tênue melhoria na qualidade de vida. Mais empresas e indústrias. A construção civil no estado está de vento em polpa e os resultados são visíveis e palpáveis.
Porém não podemos nos fazer de ingênuos porque toda essa gestão tem dado resultados eleitorais. A prova disso é à força do governador Eduardo Campos (PSB) que pôde ser medida na eleição do ano passado. Campos foi reeleito em primeiro turno com uma votação inédita no país: 82,8% dos votos válidos, um recorde.

Fontes: 
www.ceplanconsult.com.br
www.ibge.gov.br
www2.sdec.pe.gov.br/web/sdec

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