quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Reflexões acerca do Filme WALL-E: Consciência Ambiental através do Cinema Infantil

Por Hamilton Felix Nobrega

A história se passa num futuro muito distante, onde o planeta terra fora abandonado pela humanidade, após um desastre ambiental que o degradou. Os seres humanos abandonaram sua terra natal e suas origens, deixando para trás apenas resíduos que tornaram impossível sua própria sobrevivência em seu habitat original.

Contudo, um robozinho chamado Wall-E,  criado para limpar o planeta, continua a missão de juntar os detritos da humanidade e compactá-los para que depois possam ser empilhados e acumulados em depósitos. O objetivo desta sua atividade é sanear o planeta… Mas pergunta-se: sanear como, se em toda a parte do planeta apresentado na história só há entulhos?




Quando o filme se inicia, à distância vemos uma grande cidade, com edifícios enormes. Mas, na medida em que a câmera se aproxima, percebemos que esses prédios são, na verdade, pilhas e pilhas de resíduos acumulados há anos pelos vários Wall-es, já que não há lugar para descartar tanto resíduo.



De todos aqueles Robôs, apenas um continua ativo. E sua única companhia é uma esperta é ágil baratinha, sobrevivente do desastre ambiental que não permitiu a nada mais que fosse orgânico a sobrevivência na Terra. Em suas andanças e limpezas do planeta, Wall-E descobre uma plantinha preservada dentro de um refrigerador e, com ela, a esperança de que a vida aconteça novamente… Ele passa então a cuidar com o maior zelo possível.

Mas é a chegada de Eva, outro robô, (enviado a Terra pelos sobreviventes que estão há séculos instalados e plenamente acomodados numa nave a perambular pelo universo em nosso planeta) que dá o tom de romance, humor e graça ao filme memorável. 



É um bibelô pela preservação do planeta. Um romance belíssimo e totalmente diferenciado. Uma ficção em que os personagens principais não falam sequer uma palavra. Uma animação destinada a entrar no rol das mais impressionantes e fascinantes já realizadas em todos os tempos.

WALL-E propõe em seus 97 minutos de duração que deixemos de simplesmente demonstrar preocupação e passemos a ações que, de fato, encaminhem o planeta para uma realidade sustentável e não-agressiva ao meio-ambiente. 

Nesse sentido, a discussão desta temática tão urgente em uma produção destinada às crianças, é bastante pertinente. 


Pode e deve despertar na criançada e também nos pais e nas escolas, espaço para conversas, muitas conversas. Nas escolas, especificamente, WALL-E deve contribuir para o fomento de projetos, debates, trabalhos, tarefas e paralelos com aulas das mais diversas disciplinas (ciências, geografia, biologia, ética, sociologia, história...). E, se não bastasse a temática principal, há ainda espaço para discussões quanto à tecnologia, o universo, relacionamentos, alimentação, exercícios físicos, lixo...

Outra característica marcante de WALL-E que o torna um espetáculo único, uma verdadeira obra de arte, é o modo como comunica as idéias para o público, em especial durante o tempo em que não há humanos em cena... Sem palavras, apenas com ações, expressões, imagens... Uma verdadeira e íntegra lição de cinema... Show! 
Remete-nos aos filme de Charlie Chapplin.


Com esse filme, foi construindo uma fábula ecológica moderna de profundo impacto social e político, ainda mais em se tratando de um desenho animado.

Se WALL-E serve ou não como aula de educação ambiental é uma discussão que permanece aberta, mas basta a polêmica lançada em alguns trechos do filme para evidenciar que a fita contém mais do que entretenimento puro e simples.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Assessoria em Trabalhos Acadêmicos

Pensando nos diversos estudantes que tem dificuldade em formatar seus trabalhos acadêmicos, seja por falta de conhecimento técnico ou por falta de tempo, ofereço o serviço de assessoria acadêmica para revisões, correções e elaboração de apresentações em slides.