A história se passa num futuro muito distante, onde o planeta terra fora abandonado pela humanidade, após um desastre ambiental que o degradou. Os seres humanos abandonaram sua terra natal e suas origens, deixando para trás apenas resíduos que tornaram impossível sua própria sobrevivência em seu habitat original.
Contudo, um robozinho chamado Wall-E, criado para limpar o planeta, continua a missão de juntar os detritos da humanidade e compactá-los para que depois possam ser empilhados e acumulados em depósitos. O objetivo desta sua atividade é sanear o planeta… Mas pergunta-se: sanear como, se em toda a parte do planeta apresentado na história só há entulhos?
Quando o filme se inicia, à distância vemos uma grande cidade, com edifícios enormes. Mas, na medida em que a câmera se aproxima, percebemos que esses prédios são, na verdade, pilhas e pilhas de resíduos acumulados há anos pelos vários Wall-es, já que não há lugar para descartar tanto resíduo.
De todos aqueles Robôs, apenas um continua ativo. E sua única companhia é uma esperta é ágil baratinha, sobrevivente do desastre ambiental que não permitiu a nada mais que fosse orgânico a sobrevivência na Terra. Em suas andanças e limpezas do planeta, Wall-E descobre uma plantinha preservada dentro de um refrigerador e, com ela, a esperança de que a vida aconteça novamente… Ele passa então a cuidar com o maior zelo possível.
Mas é a chegada de Eva, outro robô, (enviado a Terra pelos sobreviventes que estão há séculos instalados e plenamente acomodados numa nave a perambular pelo universo em nosso planeta) que dá o tom de romance, humor e graça ao filme memorável.
É um bibelô pela preservação do planeta. Um romance belíssimo e totalmente diferenciado. Uma ficção em que os personagens principais não falam sequer uma palavra. Uma animação destinada a entrar no rol das mais impressionantes e fascinantes já realizadas em todos os tempos.
WALL-E propõe em seus 97 minutos de duração que deixemos de simplesmente demonstrar preocupação e passemos a ações que, de fato, encaminhem o planeta para uma realidade sustentável e não-agressiva ao meio-ambiente. Nesse sentido, a discussão desta temática tão urgente em uma produção destinada às crianças, é bastante pertinente.
Pode e deve despertar na criançada e também nos pais e nas escolas, espaço para conversas, muitas conversas. Nas escolas, especificamente, WALL-E deve contribuir para o fomento de projetos, debates, trabalhos, tarefas e paralelos com aulas das mais diversas disciplinas (ciências, geografia, biologia, ética, sociologia, história...). E, se não bastasse a temática principal, há ainda espaço para discussões quanto à tecnologia, o universo, relacionamentos, alimentação, exercícios físicos, lixo...
Outra característica marcante de WALL-E que o torna um espetáculo único, uma verdadeira obra de arte, é o modo como comunica as idéias para o público, em especial durante o tempo em que não há humanos em cena... Sem palavras, apenas com ações, expressões, imagens... Uma verdadeira e íntegra lição de cinema... Show!
Remete-nos aos filme de Charlie Chapplin.
Com esse filme, foi construindo uma fábula ecológica moderna de profundo impacto social e político, ainda mais em se tratando de um desenho animado.
Com esse filme, foi construindo uma fábula ecológica moderna de profundo impacto social e político, ainda mais em se tratando de um desenho animado.
Se WALL-E serve ou não como aula de educação ambiental é uma discussão que permanece aberta, mas basta a polêmica lançada em alguns trechos do filme para evidenciar que a fita contém mais do que entretenimento puro e simples.