segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O Vexame no Transporte Aéreo Brasileiro

Por Hamilton Felix Nobrega


Freqüentemente tenho viajado de avião para alguns estados brasileiros e tenho percebido o despreparo das empresas aéreas e a saturação dos aeroportos que não acompanham o crescimento econômico do país e a explosão da demanda por vôos nacionais e internacionais.

E com as atuais perspectivas de aumento da procura por essa modalidade de transporte, aliada a copa de 2014, ficará difícil que a infraestrutura consiga atender a demanda de forma adequada, se não houver um alto investimento no setor.

Observamos hoje, que os aeroportos estão operando no seu limite e, se houver qualquer aumento repentino de passageiros, haverá uma tendência muito forte de que ocorra um novo caos aéreo.
Analistas afirmam que com a elevação da renda e o maior acesso das classes C e D aos serviços aéreos, haverá um aumento de aproximadamente 35% na procura por vôos domésticos ainda em 2011. Para a copa de 2014, estima-se que o volume cresça quase 200%. O problema é que a expansão da oferta não está acontecendo na mesma proporção da demanda. Dados da ANAC mostram que em 2010 a demanda por vôos domésticos cresceu 29,9% e a oferta, 19,7%, ao passo que a demanda por vôos internacionais avançou 11,7% enquanto a oferta recuou 0,4%.
Infelizmente os brasileiros estão cada vez mais acostumados com a expressão "caos aéreo" e não percebem a dimensão do problema, porém sentem na pele quando acontece em suas viagens, porque além do descaso das companhias aéreas com os passageiros, vê-se também a má gestão dos aeroportos.
Mas os alertas sobre um possível colapso no transporte aéreo brasileiro não são de agora. Há mais de dez anos o aeroporto internacional de Guarulhos em São Paulo, o maior do país, já dava sinais de saturação. Atualmente, dos 20 principais aeroportos brasileiros, treze estão saturados. Os piores são Congonhas e Guarulhos, seguidos por Brasília, Recife e o Galeão no Rio de Janeiro. Ocorre que estes são os principais e funcionam como distribuidores para os outros aeroportos do país e um problema neles provocam um efeito cascata em todo território nacional.
É fato que o PAC e a intenção do governo de captar investimentos em infraestrutura até a copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 podem significar perspectivas melhores em longo prazo. O problema é que tais investimentos não vão acontecer agora. Alguns projetos ainda nem saíram do papel devido as exigências dos processos de contratação e licitação da Infraero, que fazem com que o início das obras andem a passos lentos.
O presidente da IATA, a associação mundial de companhias aéreas, Giovanni Bisignani, afirmou que o Brasil é a maior economia da América Latina e a que cresce mais rápido, mas sua infraestrutura aeroportuária é um desastre crescente. Ele alertou ainda que o Brasil possa dar "vexame" nos dois megaeventos esportivos, caso não solucione os problemas.
Para analistas, as obras já deveriam ter começado e o Brasil está realmente atrasado nisso. Quem viaja com freqüência de avião, percebe toda essa problemática. O país vai precisar de bastante esforço do governo para colocar a casa em ordem. Será que vai dar tempo até a copa? Vamos voar para ver!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Assessoria em Trabalhos Acadêmicos

Pensando nos diversos estudantes que tem dificuldade em formatar seus trabalhos acadêmicos, seja por falta de conhecimento técnico ou por falta de tempo, ofereço o serviço de assessoria acadêmica para revisões, correções e elaboração de apresentações em slides.